O leite materno é adequado para o bebê porque contém uma composição adequada em nutrientes, como proteínas, carboidratos, gorduras, minerais e vitaminas, que garantem o crescimento e desenvolvimento ótimos
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O aleitamento materno exclusivo, e, à livre demanda, sem a suplementação de água ou qualquer outro componente alimentar, garante adequada hidratação ao bebê, o
leite materno contém toda a água necessária à saúde do bebê.
Cada mãe com o seu filhote: O leite humano difere do leite de outros mamíferos, como, por exemplo, coelhos, que contém altas quantidades de proteínas, para assim pode proporcionar o rápido crescimento, e nas baleias o leite é rico em gordura a fim de garantir a sobrevivência em águas frias. Para os bebês o leite humano é adequado suficiente em sua composição é a única para atender as necessidades da nossa espécie.
O leite materno recebe diferentes denominações em sua composição, de acordo com o estágio de lactação:
O colostro (3 a 7 dias): É um fluido espesso, amarelado, esse é o famoso “leite aguado” que algumas mães chamam, por possuir aparência clarinha, ele tem essa cor justamente por ter alta concentração de caroteno, além de possuir alto conteúdo em minerais: sódio, potássio e cloreto, esse é o primeiro leite, ele é importante pois atua no estabelecimento da flora intestinal e protege o bebê contra infecções (*) e apresenta efeito laxativo (solta o intestino), por isso ele auxilia na eliminação do mecônio. * Esse leite tem elevada concentração em imunoglobulina que conferem ação protetora ao leite materno (que nenhum leite artificial pode oferecer) é extremamente importante, pois o sistema imune da criança que ainda não está completamente desenvolvido nos primeiros meses de vida.
Seu volume é baixo e pode variar em torno de 2 a 20 mL/mamada, mas mesmo pouco é suficiente para satisfazer as necessidades nutricionais do recém-nascido nesse período. A natureza é tão sábia que fez em quantidade certas para o volume do estômago do bebê, pois a capacidade gástrica de um recém-nascido suporta cerca de 7ml, passando para próximo dos 70ml na segunda semana de vida e assim vai aumentando conforme o peso
O leite de transição: É produzido geralmente entre 7 dia ao 15 dia de lactação. Nesta fase o conteúdo do leite vai sofrendo modificações em sua composição e volume, até atingir um volume estável
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O leite maduro: A partir de 15 dias após o parto e tem volume e composição estáveis, seu volume médio é de 700 a 900 ml/dia, nos primeiros 6 meses, cerca de 600 ml/dia no segundo semestre.
Nutricionalmente Adequado: O leite materno contém minerais, como cálcio, fosfato, sódio, magnésio, cloreto, ferro, cobre e manganês. As vitaminas hidrossolúveis presentes no leite materno são: vitamina C, tiamina, riboflavina, niacina, piridoxina, folato, pantotenato, biotina e vitamina B12. Já as vitaminas lipossolúveis presentes são: vitamina A, D, E e K. A quantidade ofertada para o bebê é especifica para o bebê, ou seja não existe leite fraco, todas as mulheres, até mesmo as desnutridas leves, produzem leite com a composição nutricional, capaz de satisfazer as necessidades do recém-nascido nos primeiros 4 a 6 meses de vida.
Digestão facilitada: O tempo de digestão e esvaziamento gástrico com o leite materno é menor, ou seja o leite materno é digerido mais facilmente quando comparado com outros leites e isso se deve a relação proteína/caseína do soro do leite materno resulta na formação de um coágulo gástrico que facilita todo esse processo.
Formação da flora intestinal: A lactose é o principal carboidrato encontrado no leite humano. Além do papel nutricional, a lactose facilita a absorção de cálcio, zinco, ferromanganês e ajuda na formação da flora intestinal do bebê
Gorduras essenciais: As concentrações de gordura se modificam de forma quantitativa e qualitativa em relação à dieta materna, bem como ao longo da mamada, de forma que o leite final apresenta 4 a 5 vezes mais gordura que o leite do início da mamada
, por isso, é sempre importante esvaziar a mama completamente até passar para outra mama. O leite materno pode apresentar os ácidos graxos essenciais, ácido araquidônico e o ácido docosa-hexaenoico que são chamadas gorduras boas e um baixo percentual de ácidos graxos saturados e ácidos graxos trans
Menor potencial alergênico: O leite materno tem a A ß-Lactoglobulina é uma proteína com alto potencial alergênico, sua quantidade se mostra baixa, porém no leite de vaca é predominantemente. A mãe pode diminuir essa quantidade de acordo com a ingestão de leite de vaca e derivados em sua alimentação
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Resistência a Infecções: Além da composição adequada em nutrientes, o leite humano possui outras substâncias que atuam na defesa do organismo do bebê. Alguns estudos apontam para maior resistência a infecções, como diarreias e doenças respiratórias, em crianças amamentadas comparadas àquelas não amamentadas. Dessa forma, devido à sua capacidade protetora, o aleitamento materno é capaz de reduzir a morbidade e mortalidade.
Defesa: O leite materno contêm componentes celulares que participam da defesa do organismo: macrófagos, leucócitos e linfócitos. Além de imunoglobulinas, lactoferrina, lisozima, diferentes fatores que desempenham basicamente funções de defesa contra agentes infecciosos, efeito bacteriostático e bactericida, inibição da atividade viral, além de promover o crescimento da mucosa intestinal, aumentando a resistência a infecções.
Memória imunológica: A mãe transfere para o lactente, via leite materno, a sua “memória” imunológica relativa a contatos com agentes enteropatogênico.
Fatores de proteção: A maioria dos fatores protetores presentes no leite materno está presente em baixas quantidades ou até mesmo ausente no leite de vaca ou em fórmulas, o que intensifica a importância das pesquisas sobre os fatores presentes no leite materno.
Mais sustância: A lactoferrina, uma glicoproteína ligante de ferro, está presente no leite humano, sendo particularmente maior no colostro. Estudos apontam sua função na absorção do ferro do leite materno.
Mãe, seu leite é tudo de bom e não existe igual para o seu bebê!
Amamente seu bebê exclusivamente até o sexto mês de vida, dando continuidade até os dois anos ou mais!
Referências:
ACCIOLY, E.; SAUNDERS, C.; LACERDA, E. Nutrição em obstetrícia e pediatria. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2010, pp. 282-283.
Janeiro: Guanabara Koogan, 2010, pp. 282-283.
BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Banco de leite humano: funcionamento, prevenção e controle de riscos. Brasília, 2008.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE SAÚDE.
Dez passos para uma alimentação saudável. Guia alimentar para crianças menores de 2 anos.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE. Promovendo o Aleitamento Materno.