sexta-feira, 21 de março de 2014

Comer para dois: Um Guia da Nutrição da mãe durante a gravidez. Parte 2: A importância do Ácido Fólico


Fora todas as vitaminas e outros nutrientes obtidas através da nossa alimentação, o ácido fólico deve ser suplementado durante a gravidez pelos benefícios à promoção da saúde materna, à prevenção dos riscos e à garantia de suporte nutricional durante a gestação.



A importância do Ácido Fólico:
O ácido fólico tem um papel fundamental no processo da multiplicação celular, sendo, portanto, imprescindível durante a gravidez. O folato interfere com o aumento dos eritócitos, o alargamento do útero e o crescimento da placenta e do feto. O ácido fólico é requisito para o crescimento normal, na fase reprodutiva (gestação e lactação) e na formação de anticorpos. Atua como coenzima no metabolismo de aminoácidos, síntese de purinas e pirimidinas, síntese de ácido nucléico DNA e RNA e é vital para a divisão celular e síntese proteica. Consequentemente sua deficiência pode ocasionar alterações na síntese de DNA e alterações cromossômicas. A insuficiência do ácido fólico na gestação, pode ser responsável por defeitos do tubo neural que são malformações que ocorrem na fase inicial do desenvolvimento fetal, envolvendo a estrutura primitiva que dará origem ao cérebro e à medula espinhal. A anencefalia e espinha bífida, correspondem por cerca de 90% de todos os casos de defeitos do tubo neural. Os 10% dos casos restantes consistem principalmente em encefalocele. Estas gestações com diagnóstico de anencefalia em geral resultam em aborto e aqueles nascidos vivos morrem poucas horas, ou dias, após o parto. A espinha bífida ocorre quando a extremidade inferior do tubo neural não se fecha, causando danos medulares significativos. Apesar da possível correção cirúrgica, a lesão nervosa é permanente e resulta em níveis diversos de paralisia dos membros inferiores, como bexiga e intestino. Além do comprometimento físico, a maior parte dos indivíduos afetados também apresenta dificuldade de aprendizado.

Ácido Fólico no planejamento familiar:
O tubo neural se converte em medula espinhal e cérebro entre os dias 18 a 26 da gestação, período no qual muitas mulheres desconhecem ainda seu estado de gravidez. É importante que a mulher em idade fértil tenha acesso a uma quantidade adequada de ácido fólico pelo menos um mês antes de engravidar. As gestantes são propensas a desenvolver deficiência de folato provavelmente devido ao aumento da demanda desse nutriente para o crescimento fetal e tecidos maternos. Outros fatores que contribuem para deficiência de folato são a dieta inadequada, hemodiluição fisiológica gestacional e influências hormonais.
A ingestão suficiente de ácido fólico antes da concepção e muito no início da gravidez diminui o risco de defeitos de tubos neurais: espinha bífida, anencefalia, e encefalocele. A suplementação com ácido fólico se faz necessária para atingir a recomendação diária, dificilmente atingimos esta recomendação com a nossa alimentação, por isso suplementação é importante pois, pode diminuir de 50 a 75% os riscos citados.

Alimentos fontes:
Se você está querendo engravidar ou está gravida, anote ai os alimentos fontes para comprar na próxima ida a feira ou mercado: as vísceras, o feijão e os vegetais de folhas verdes como o espinafre, aspargo e brócolis. Outros exemplos de alimentos fontes de ácido fólico são: abacate, abóbora, batata, carne de vaca, carne de porco, cenoura, couve, fígado, laranja, leite, maçã, milho, ovo, queijo.
Um detalhe importante: a folacina não é estável ao calor e por isso o processamento de alimentos a temperaturas elevadas resulta em perdas consideráveis de ácido fólico; a cocção dos alimentos pode reduzir em até 50% do seu teor.

 

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