quinta-feira, 6 de março de 2014

Estimuladores de Apetite



Estimuladores de Apetite



Vamos aprender um pouco mais sobre seu uso e indicação?

Quando criança, na década de 90, por ser muito magrinha e comer como um passarinho (segundo minha querida avó) e sem muito apetite, acabei tomando Biotônico Fontoura!
O Biotônico e outros fortificantes (estimuladores de apetite) traziam em sua propaganda que eram benéficos para estimular o apetite, crescimento e desenvolvimento! Porém, o que não estava na propaganda (é claro!) é que um dos componentes do Biotônico era o etanol (álcool etílico). Quando alguns estudos começaram aparecer mostrando que crianças que consumiam fortificantes que continham em sua composição um teor de etanol acima de 4,5% por um período prolongado tinham tendência maior a ser dependente do álcool quando adulto, além de algumas crianças apresentarem enjoos e vômitos após usar o fortificante, a ANVISA então, em 2001, proibiu a venda, já que Biotônico tinha um percentual de 9,5% de etanol (sua fórmula original continha 19,5%!), sendo que o tolerado era até 5% como normal. A ANVISA só permitiu que os fortificantes/estimuladores de apetite voltassem para farmácias quando a composição fosse isenta de etanol!

A que público se destina?

Ver as crianças se alimentando bem é um dos principais desejos dos pais. Quem não quer ver o pequeno raspando o prato?A falta de apetite é um problema recorrente em crianças! Quantas mães/pais ficam apreensivos porque seus filhos não se alimentam bem ou não querem comer? Ou chega a adolescência e a dificuldade de ganho de peso também é motivo de preocupação?

Mas funciona? Devo oferece para a criança/adolescente?

Antes de começar qualquer tratamento, deve-se procurar um profissional de saúde e este irá avaliar a necessidade de indicação e discutir sobre as expectativas do tratamento, conduta alimentar e ao processo de desenvolvimento. Lembrando que exclusivamente o médico é o profissional autorizado para prescrição de medicamentos. Ele irá supervisionar e acompanhar a criança/adolescente!
Se tratando de estimuladores de apetite, encontramos dois tipos:

1. Polivitamínicos: Os estimuladores de apetite são compostos por vitaminas como as do complexo B (B1, B2, B3, B6 e B12), minerais como ferro, cálcio e fósforo e alguns com aminoácidos. Outros fortificantes também apresentam em sua fórmula cafeína e ginsen (combinação perigosa para hipertensos/pressão alta – podendo causar sérios distúrbios).
De um modo geral, os polivitamínicos não apresentam efeitos adversos quando seu uso é realizado em pequenas quantidades e por tempo curto, porém se ingeridos sem indicação de um profissional e/ou em excesso, poderão causar desde leves até graves efeitos colaterais (já que algumas vitaminas e minerais se ingeridos em excesso são tóxicos). Em crianças com hipersensibilidade a presença de corantes ou outros componentes podem causar alergias!

2. Medicamentos com efeito orexígeno (medicamento com a função de estimular o apetite): são utilizados como princípios ativos: GABA (Ácido gama aminobutírico); vitaminas do complexo B (tiamina ou vitamina B1, riboflavina ou vitamina B2, piridoxina ou vitamina B6 e cianocobalamina ou vitamina B12); cloridrato de L-lisina; buclizina (cloridrato de buclizina) e ciproheptadina (cloridrato de ciproheptadina). Com relação ao modo de ação destes medicamentos, é possível que estimulem o apetite ao alterar a atividade serotoninérgica no centro do apetite hipotalâmico.
Um estudo realizado nas principais cidades do Brasil revela que 4,3% da população pesquisada já utilizou algum tipo de orexígeno. Estas drogas ocupam a terceira posição entre os psicotrópicos mais citados.
Alguns profissionais da área da saúde questionam a utilização de anti-histamínicos pelas crianças, uma vez que os anti-histamínicos são usados em processo alérgico, ou seja, para quem apresenta alergia (como rinite e urticária) e também pela indução ao apetite através da hipoglicemia. Tanto a ciproheptadina quanto a buclizina podem provocar outros efeitos adversos, como sonolência, irritabilidade, sedação, tontura e dificuldades motoras. É preciso salientar aos pais que estes medicamentos podem causar intoxicação aguda (em especial a ciproheptadina), que são das causas mais frequentes em serviços de urgência, especialmente em pré-escolares. Deve-se ressaltar que tais medicamentos não estão sujeitos a controle de venda e, consequentemente, muitas vezes são utilizados sem a prescrição médica ou sem controle posterior, na dependência do grau de ansiedade dos pais.
A eficácia dos compostos estimulantes do apetite é um tema muito questionado na literatura, devido à variabilidade dos resultados. Portanto, é preciso avaliar para quem e em quais condições são administrados. Em casos de pouco apetite em decorrência de estados carenciais, pode-se notar uma melhoria do apetite, porém, pouco significativa.
Pelos motivos acima expostos, de um modo geral, muitos profissionais são contrários ao uso de orexígenos para crianças e adolescentes saudáveis e afirmam que no tratamento da criança seletiva não há indicação para a prescrição de orexígenos. Isto é quase um consenso no início da avaliação e tratamento da criança seletiva. De modo geral, há vantagens no seguimento apenas, eventualmente com terapia comportamental.
Para a criança mais seletiva, também conhecida por ser “chatinha de comer” ou “come pouquinho como passarinho” ou “ criança miúda” é importante a presença do profissional Nutricionista para orientar adequadamente e acompanhar a família quanto às necessidades nutricionais da criança, esquemas e condutas alimentares a serem seguidos. É também de suma importância iniciar um processo de educação nutricional, com certeza esta será a melhor escolha!



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