Estimuladores
de Apetite
Vamos
aprender um pouco mais sobre seu uso e indicação?
Quando
criança, na década de 90, por ser muito magrinha e comer como um
passarinho (segundo minha querida avó) e sem muito apetite, acabei
tomando Biotônico Fontoura!
O
Biotônico e outros fortificantes (estimuladores de apetite) traziam
em sua propaganda que eram benéficos para estimular o apetite,
crescimento e desenvolvimento! Porém, o que não estava na
propaganda (é claro!) é que um dos componentes do Biotônico era o
etanol (álcool etílico). Quando alguns estudos começaram aparecer
mostrando que crianças que consumiam fortificantes que continham em
sua composição um teor de etanol acima de 4,5% por um período
prolongado tinham tendência maior a ser dependente do álcool quando
adulto, além de algumas crianças apresentarem enjoos e vômitos
após usar o fortificante, a ANVISA então, em 2001, proibiu a venda,
já que Biotônico tinha um percentual de 9,5% de etanol (sua fórmula
original continha 19,5%!), sendo que o tolerado era até 5% como
normal. A ANVISA só permitiu que os fortificantes/estimuladores de
apetite voltassem para farmácias quando a composição fosse isenta
de etanol!
A
que público se destina?
Ver
as crianças se alimentando bem é um dos principais desejos dos
pais. Quem não quer ver o pequeno raspando o prato?A falta de
apetite é um problema recorrente em crianças! Quantas mães/pais
ficam apreensivos porque seus filhos não se alimentam bem ou não
querem comer? Ou chega a adolescência e a dificuldade de ganho de
peso também é motivo de preocupação?
Mas
funciona? Devo oferece para a criança/adolescente?
Antes
de começar qualquer tratamento, deve-se procurar um profissional de
saúde e este irá avaliar a necessidade de indicação e discutir
sobre as expectativas do tratamento, conduta alimentar e ao processo
de desenvolvimento. Lembrando que exclusivamente o médico é o
profissional autorizado para prescrição de medicamentos. Ele irá
supervisionar e acompanhar a criança/adolescente!
Se
tratando de estimuladores de apetite, encontramos dois tipos:
1.
Polivitamínicos: Os
estimuladores de apetite são compostos por vitaminas como as do
complexo B (B1, B2, B3, B6 e B12), minerais como ferro, cálcio e
fósforo e alguns com aminoácidos. Outros fortificantes também
apresentam em sua fórmula cafeína e ginsen (combinação perigosa
para hipertensos/pressão alta – podendo causar sérios
distúrbios).
De
um modo geral, os polivitamínicos não apresentam efeitos adversos
quando seu uso é realizado em pequenas quantidades e por tempo
curto, porém se ingeridos sem indicação de um profissional e/ou em
excesso, poderão causar desde leves até graves efeitos colaterais
(já que algumas vitaminas e minerais se ingeridos em excesso são
tóxicos). Em crianças com hipersensibilidade a presença de
corantes ou outros componentes podem causar alergias!
2.
Medicamentos
com efeito orexígeno (medicamento
com a função de estimular o apetite):
são utilizados como princípios ativos: GABA (Ácido gama
aminobutírico); vitaminas do complexo B (tiamina ou vitamina B1,
riboflavina ou vitamina B2, piridoxina ou vitamina B6 e
cianocobalamina ou vitamina B12); cloridrato de L-lisina; buclizina
(cloridrato de buclizina) e ciproheptadina (cloridrato de
ciproheptadina). Com relação ao modo de ação destes medicamentos,
é possível que estimulem o apetite ao alterar a atividade
serotoninérgica no centro do apetite hipotalâmico.
Um
estudo realizado nas principais cidades do Brasil revela que 4,3% da
população pesquisada já utilizou algum tipo de orexígeno. Estas
drogas ocupam a terceira posição entre os psicotrópicos mais
citados.
Alguns
profissionais da área da saúde questionam a utilização de
anti-histamínicos pelas crianças, uma vez que os anti-histamínicos
são usados em processo alérgico, ou seja, para quem apresenta
alergia
(como rinite e urticária) e também
pela indução ao apetite através da hipoglicemia. Tanto a
ciproheptadina quanto a buclizina podem provocar outros efeitos
adversos, como sonolência, irritabilidade, sedação, tontura e
dificuldades motoras. É preciso salientar aos pais que estes
medicamentos podem causar intoxicação aguda (em especial a
ciproheptadina), que são das causas mais frequentes em serviços de
urgência, especialmente em pré-escolares. Deve-se ressaltar que
tais medicamentos não estão sujeitos a controle de venda e,
consequentemente, muitas vezes são utilizados sem a prescrição
médica ou sem controle posterior, na dependência do grau de
ansiedade dos pais.
A
eficácia dos compostos estimulantes do apetite é um tema muito
questionado na literatura, devido à variabilidade dos resultados.
Portanto, é preciso avaliar para quem e em quais condições são
administrados. Em casos de pouco apetite em decorrência de estados
carenciais, pode-se notar uma melhoria do apetite, porém, pouco
significativa.
Pelos
motivos acima expostos, de um modo geral, muitos profissionais são
contrários ao uso de orexígenos para crianças e adolescentes saudáveis e afirmam que no tratamento da
criança seletiva não há indicação para a prescrição de
orexígenos. Isto é quase um consenso no início da avaliação e
tratamento da criança seletiva. De modo geral, há vantagens no
seguimento apenas, eventualmente com terapia comportamental.
Para
a criança mais seletiva, também conhecida por ser “chatinha de
comer” ou “come pouquinho como passarinho” ou “ criança
miúda”
é importante a presença do profissional Nutricionista para
orientar adequadamente e acompanhar a família quanto às
necessidades nutricionais da criança, esquemas e condutas
alimentares a serem seguidos. É também de suma importância iniciar
um processo de
educação nutricional, com certeza esta será a melhor escolha!
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